quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Brasão de Armas

    As plantas tornaram-se ao longo dos tempos, símbolos de regiões, países ou movimentos políticos, as rosas  (Rosa sp. - Guerra das Rosas em Inglaterra), malmequer e cerejeira (Chrysanthemum sp. - flor imperial e Prunus sp. - fenómeno social na época de floração, no Japão), cravo (Dianthus caryophyllus - símbolo da revolução pela liberdade e direitos civis em Portugal).
    Mas não só, com a revolução de 5 de outubro de 1910, organizada pelo Partido Republicano Português onde destituiu-se a monarquia constitucional e implantou-se o regime republicano em Portugal, grandes mudanças políticas e sociais ocorreram. A bandeira e brasão de armas nacionais não foram exceções, sofrendo alterações,  o brasão de armas passa a incluir elementos botânicos, um escudo sobreposto a uma esfera armilar, com cinco escudetes de azul rodeados por bordadura a vermelho, com sete castelos e rodeado por dois ramos de oliveira (Olea sp.).

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Na pintura

Proserpine -
Româ: Punica granatum
Virgin Mary - Rosas: Rosa sp.,
Videira: Vitis vinifera 
B. Damozel
Lírios: Iris sp.
           No século XIX, surge na Inglaterra um movimento literário e artístico, criado por um grupo de intelectuais com o objetivo de responder às mudanças sociais e culturais ocorridas devido à revolução industrial. Entre os mesmos, encontrava-se  Dante Gabriel Rossetti, artista, que também acreditava que a sociedade da altura estava a perder as suas bases morais e éticas,  e que deveria seguir ou estar mais próxima  dos valores ligados à natureza, tais como seguidos na antiguidade clássica e a sociedade da idade média. Influenciados por poetas medievais, tais como Dante Aligheri, este artista em particular, representava plantas nos seus quadros pelo significado simbólico. Criou vários quadros famosos, entre os quais: Proserpine, The Girlhood of Mary Virgin, Blessed Damozel, Roman Widow, entre outros.
Roman Widow -
Rosas: Rosa sp.





quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Poesia

                                                                                                              
Se andava no jardim, 
Que cheiro de jasmim!
Tão branca do luar!
A hora do jardim.
O aroma de jasmim.
A luz do luar. 
 

Pessanha, C. in Se andava no jardim

domingo, 4 de setembro de 2016

Na tinturaria...

As plantas, dão também o seu contributo na tinturaria, de onde surgiram várias cores para tingir tecidos e peças de vestuário. Na ilha da Madeira desde o início do povoamento, séc. XV, os primeiros colonos, engenhosos, para obter as cores desejadas recorriam a vários processos e fontes, de origem vegetal: índigo (Indigofera tinctoria), casca de nogueira (Juglans regia) e/ou carvalho (Quercus robur), dragoeiro (Dracaena draco), entre outras; e de origem animal: chocos, búzios, etc... Em laboratório, apenas no séc. XVII foram isoladas as primeiras cores primárias, e a partir do séc. XIX, surgem então um maior espectro de misturas e degradações, oferecendo aos fabricantes de tecidos, inúmeras combinações.
O azul é raro nas plantas, como tal, o famoso azul índigo proveniente de Indigofera tinctoria, família Leguminosae, continua em muitas culturas contemporâneas a ser utilizado para tingir vestes tradicionais de comunidades, que vivem em regiões desde África (Marrocos) à Arábia. Entre estas, estão as "pessoas azuis do Sahara" ou as "pessoas do véu": os tuaregues, grupo nómada que vive no deserto do Sahara, e que tradicionalmente usam o tagelmust, simultaneamente véu e turbante, azul, que tornou-se um símbolo de status e prosperidade, e de um grupo ético. 

De Carvalho, L. M. 2011. The Symbolic Uses of Plants, in Ethnobiology. (eds. E.N.Anderson, D.Pearsall, N.Turner), John Wiley&Sons, Inc., NJ, USA.Nóbrega, M.A.C. 1999. O Traje Regional - Achegas para a sua Divulgação. 1.º edição. Editorial Eco do Funchal, Camacha.

domingo, 21 de agosto de 2016

Poesia

Há minutos que tenho os olhos postos nas águas desta ribeira.
Na sua quietude, as folhas do salgueiro debruçado,
reflectem-se com tanta nitidez,
que as duas realidades se confundem.
Mas a realidade da imagem tem maior conteúdo de sonho,
é mais real portanto.

A imagem de uma nuvem vem adoçar o líquido.
Será a nuvem que espelha nas águas da ribeira
ou ribeira que se espelha nos flocos da nuvem?
Fecho os olhos da cara para fugir à mistificação da evidência.
 Gedeão, A.
in Poemas Escolhidos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Na cosmética..

       As plantas desde a antiguidade, tiveram uma papel importante para a criação de preparações para embelezar o rosto ou o corpo. As suas utilizações também datam da antiguidade, as folhas de Lawsonia inermis (hera), pensa-se terem sido utilizadas pelos antigos faraós e Isatis  tintoria para colorir os corpos dos antigos bretões. Refere-se ainda, o uso das plantas enquanto agentes de limpeza tradicionais, nomeadamente as ricas em saponinas, um glicósido solúvel em água que existe em inúmeras plantas, e que cuja presença serviria para afastar predadores, menciona-se por exemplo, as folhas de Agave sp., Atriplex polycarpa, Saponaria officinalis, etc.
 
Fonte: Wikens, G.E., 2001. Economic Botany - Principles and Practices.  Springer Science, New York.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

A simbologia e as plantas

     Desde o início da civilização, as plantas fizeram parte das nossas vidas, para inúmeras aplicações e celebrações. As pessoas adquiriam flores para presentear familiares e amigos em épocas comemorativas, ou para ofertar os deuses e santas(os). A simbologia das plantas, é extensa e serve para representar virtudes, estações do ano, idades, famílias (brasões), etc. através da história, muitas plantas tornaram-se símbolos de regiões, países, movimentos políticos. A Ordem de Santiago, ordem militar religiosa, que conjugava a vocação e as capacidades da cavalaria com as virtudes e os preceitos monásticos, é de origem castelhana-leonesa instituída por Afonso VIII de Castela no séc. XII. Os cavaleiros de Santiago ou santiaguistas fizeram votos de pobreza e castidade, seguindo a regra de Santo Agostinho, podendo contudo contrair matrimónio.
Em Portugal, a ordem começou a atuar desde os primórdios do reinado de D. Afonso Henriques. Participaram em várias reconquistas, juntando-se aos cavaleiros templários e hospitaleiros na grande Batalha das Navas de Tolosa, atual Espanha, travada no séc. XIII contra o Califado de Almóada. O símbolo da ordem é uma planta, Iris sp. que termina em forma de espada. Esta espécie pertence à família Liliaceae, mais conhecida pela família dos lírios.
 
Fonte: Fernandes, I. C., 2015. Guerra e Paz - A Ordem de Santiago em Portugal. Edições Colibri, Lisboa.
De Carvalho, L. M. M., 2011. The Symbolic Uses of Plants, in Ethnobiology. (eds E. N. Anderson, D. Pearsall, E. Hunn, N. Turner), John Wiley & Sons, Inc., NJ, USA.
 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O começo..

Um espaço dedicado, às plantas, em especial ao papel que têm e tiveram ao longo da história..
Neste sentido, e sob a forma de pequenas curiosidades, pretendemos dar conhecer os diversos usos das mesmas, na medicina, gastronomia, perfumaria/cosmética, entre outras, em distintas culturas de diferentes épocas históricas..